Jantares de despedida antes da entrada no Ano Novo. Por estes lados é uma tradição a cumprir. Não me foi particularmente estranha esta tradição, já que em Portugal, por alturas de Natal e Passagem de Ano, multiplicam-se os “Jantares de Natal”, com os amigos, os colegas de curso, trabalho, enfim, de tudo e mais alguma coisa. E que incluem estes ‘ajuntamentos’? Isso já toda a gente sabe: muita comida, ainda mais bebida, e muitas prendas à mistura, tudo com boa disposição, sob o pretexto de aproximar as pessoas e proporcionar a quem era estranho, no início, momentos de socialização com os demais. Por estes lados, é quase a mesma coisa. Algumas coisas não mudam, independentemente de onde nos encontramos no globo terrestre.
O meu final de ano foi marcado por três jantares, todos em bom espírito de época, um dos quais incluiu até o nosso famoso “Amigo Invísivel” depois de eu o ter sugerido, o que pareceu agradar aos colegas.
O primeiro destes jantares ocorreu com o pessoal do clube de Shorinji Kenpo, no dia do meu aniversário. Na verdade foi um jantar que teve vários propósitos em simultâneo, e em que esteve presente um dos nossos sensei. Para além de ser o meu aniversário, os meus quatro colegas cinturão castanho, que haviam recentemente passado ao segundo escalão dentro do grau castanho, fizeram discursos a agradecer aos senpai (os nossos superiores, ou seja os cinturões negros)e, claro ao sensei, toda a ajuda que lhes havia sido dada, e expressaram a sua vontade de continuar a esforçar-se para alcançar níveis mais altos na prática das artes marciais. O jantar foi também marcado pelos discursos de dois capitães de outras Universidades que haviam treinado connosco nesse dia, o capitão da Keio University e a capitã da Waseda University (se não estou em erro), que agradeceram o óptimo treino que tiveram na nossa Universidade e deram muita força ao nosso clube para continuar a treinar e a inovar (sim, porque apesar de ser a mesma arte marcial cada Universidade, através dos seus sensei – professores – e daijou – capitães – vai inovando nos treinos e nos próprios movimentos e técnicas, pelo que podemos sempre aprender muito uns com os outros, e por isso mesmo é comum pessoas de um clube irem aos treinos dos demais, sobretudo os capitães e cinturões negros). No final o capitão fez anunciar que era o meu aniversário e cantaram-me o Happy Birthday, ao que se juntaram vários outros grupos no restaurante para minha grande surpresa, e algum embaraço. Foi uma noite muito divertida, e permitiu conhecer melhor algumas das pessoas com que treino regularmente, mas que até então não conhecia bem. No final, o sensei tinha uma surpresa muito particular para todos os rapazes. Depois de sairmos do restaurante, no passeio de cimento, com toda a gente a passar às 23.30, os rapazes foram mandados pôr-se em posição de flexões, mas de punhos. O sensei assistiu a rir-se enquanto os meus colegas sofriam a fazer cerca de 40 flexões de punhos, e depois tiveram de manter-se em baixo, entre cada uma, vários segundos. As raparigas assistiram simplesmente, enquanto o sensei contava e tirava fotos com o telemóvel. Foi algo que me marcou um bocado, e ,para mais, alguns dos rapazes estavam já bastante bêbados, mas todos se riram apesar do esforço e dos nós dos dedos marcados pelo cimento.
O meu segundo jantar foi de uma natureza diferente. Depois da última aula de Action Research, no dia 18 de Dezembro, o pessoal do curso de Mestrado em TESOL, e o professor W., dessa cadeira, foi todo até um restaurante nomihodai (ou seja, tudo o que conseguir beber e comer num espaço de duas – por vezes três – horas, sendo o pagamento uma quantia fixa por pessoa – rondando os 2000 e 3000 ienes). Eramos nove pessoas, 4 alunas, 4 alunos e o professor, mas claro que as idades variam muito nos cursos de Mestrado, por isso o tipo de conversas e de socialização foi muito diferente do jantar com o clube de Shorinji, que é quase maioritariamente mais novo do que eu. Foi uma noite muito agradável. A comida era muito saborosa, e segundo os meus colegas os vinhos e demais bebidas eram-no também, mas o mais interessante foram as explicações que os meus colegas me iam dando sobre os tipos de comidas que eram servidas e a melhor forma de as comer. Tive algumas lições de gastronomia o que foi interessante. Depois discutiu-se investigação, ensino, a dificuldade de conciliar a vida pessoal e a profissional, entre muitos outros temas. Claro que no final do noite alguns elementos estavam já algo animados, mas ainda houve espírito para, à saída do restaurante, trocarmos as pequenas lembranças que o pessoal aceitou trazer (até o professor participou), mas o método de troca foi bastante diferente. Fizemos um círculo, e enquanto eles cantavam em japonês uma música ao estilo do Um Dó Li Tá, fomos passando as prendas em sentido dos ponteiros do relógio, e quando acabou, ficámos com a prenda que tinhamos na mão. A mim calhou-me a do N.I., um boneco de neve, oco, e no seu interior uma moeda de 500 ienes comemorativa de um evento internacional que aconteceu aqui no Japão. É uma linda moeda de colecção, e por isso espero guardá-la bem.
O último destes jantares aconteceu no dia 22 de Janeiro. Foi com os funcionários da escola de Línguas onde trabalho em part-time, a 7Act. Ao jantar foram os funcionários do escritório, incluindo os managers, e ainda alguns dos professores de Inglês do Success Course (eramos quatro na altura: uma rapariga Canadiana, uma rapariga e um rapaz Ingleses, e eu), e ainda apareceram dois funcionários de uma nova escola que pertence à 7Act, intitulada Manabiba que se dedica mais ao ensino de crianças – e onde eu comecei na semana passada a trabalhar, como monitora do playroom (tomo conta de crianças, bebés algumas delas, enquanto as mães têm aulas de inglês na sala ao lado – está a ser mais uma aventura nova para mim!). Foi muito divertido. Ficámos a conhecer-nos todos muito melhor, e eu descobri coisas fantásticas: como por exemplo, que o Inglês que dá aulas comigo é formado em Ciências, ou que o nosso senior manager é filósofo e já tem um livro (ficção – uma novela) publicado. Foi fantástico, sobretudo porque todos vimos de lugares e áreas diferentes, e temos ideias também distintas. A partilha de experiências foi deveras interessante, ainda que o álcool em excesso tenha sido por vezes um entrave ao fluir das conversas (novamente foi num nomihodai, mas este era de luxo! Deveriamos ter pago 5000 ienes cada, mas no final a empresa arcou com as despesas! Uff, ainda bem para a minha carteira! Se bem que, mesmo pagando teria valido a pena).
E pronto, foram assim os meus jantares de final de ano, infelizmente só agora consegui ter tempo para vos dar conta deles. Espero que a partilha destas situações vos seja interessante, e se tiverem comentários ou perguntas sobre elas não hesitem em entrar em contacto.
O meu final de ano foi marcado por três jantares, todos em bom espírito de época, um dos quais incluiu até o nosso famoso “Amigo Invísivel” depois de eu o ter sugerido, o que pareceu agradar aos colegas.
O primeiro destes jantares ocorreu com o pessoal do clube de Shorinji Kenpo, no dia do meu aniversário. Na verdade foi um jantar que teve vários propósitos em simultâneo, e em que esteve presente um dos nossos sensei. Para além de ser o meu aniversário, os meus quatro colegas cinturão castanho, que haviam recentemente passado ao segundo escalão dentro do grau castanho, fizeram discursos a agradecer aos senpai (os nossos superiores, ou seja os cinturões negros)e, claro ao sensei, toda a ajuda que lhes havia sido dada, e expressaram a sua vontade de continuar a esforçar-se para alcançar níveis mais altos na prática das artes marciais. O jantar foi também marcado pelos discursos de dois capitães de outras Universidades que haviam treinado connosco nesse dia, o capitão da Keio University e a capitã da Waseda University (se não estou em erro), que agradeceram o óptimo treino que tiveram na nossa Universidade e deram muita força ao nosso clube para continuar a treinar e a inovar (sim, porque apesar de ser a mesma arte marcial cada Universidade, através dos seus sensei – professores – e daijou – capitães – vai inovando nos treinos e nos próprios movimentos e técnicas, pelo que podemos sempre aprender muito uns com os outros, e por isso mesmo é comum pessoas de um clube irem aos treinos dos demais, sobretudo os capitães e cinturões negros). No final o capitão fez anunciar que era o meu aniversário e cantaram-me o Happy Birthday, ao que se juntaram vários outros grupos no restaurante para minha grande surpresa, e algum embaraço. Foi uma noite muito divertida, e permitiu conhecer melhor algumas das pessoas com que treino regularmente, mas que até então não conhecia bem. No final, o sensei tinha uma surpresa muito particular para todos os rapazes. Depois de sairmos do restaurante, no passeio de cimento, com toda a gente a passar às 23.30, os rapazes foram mandados pôr-se em posição de flexões, mas de punhos. O sensei assistiu a rir-se enquanto os meus colegas sofriam a fazer cerca de 40 flexões de punhos, e depois tiveram de manter-se em baixo, entre cada uma, vários segundos. As raparigas assistiram simplesmente, enquanto o sensei contava e tirava fotos com o telemóvel. Foi algo que me marcou um bocado, e ,para mais, alguns dos rapazes estavam já bastante bêbados, mas todos se riram apesar do esforço e dos nós dos dedos marcados pelo cimento.
O meu segundo jantar foi de uma natureza diferente. Depois da última aula de Action Research, no dia 18 de Dezembro, o pessoal do curso de Mestrado em TESOL, e o professor W., dessa cadeira, foi todo até um restaurante nomihodai (ou seja, tudo o que conseguir beber e comer num espaço de duas – por vezes três – horas, sendo o pagamento uma quantia fixa por pessoa – rondando os 2000 e 3000 ienes). Eramos nove pessoas, 4 alunas, 4 alunos e o professor, mas claro que as idades variam muito nos cursos de Mestrado, por isso o tipo de conversas e de socialização foi muito diferente do jantar com o clube de Shorinji, que é quase maioritariamente mais novo do que eu. Foi uma noite muito agradável. A comida era muito saborosa, e segundo os meus colegas os vinhos e demais bebidas eram-no também, mas o mais interessante foram as explicações que os meus colegas me iam dando sobre os tipos de comidas que eram servidas e a melhor forma de as comer. Tive algumas lições de gastronomia o que foi interessante. Depois discutiu-se investigação, ensino, a dificuldade de conciliar a vida pessoal e a profissional, entre muitos outros temas. Claro que no final do noite alguns elementos estavam já algo animados, mas ainda houve espírito para, à saída do restaurante, trocarmos as pequenas lembranças que o pessoal aceitou trazer (até o professor participou), mas o método de troca foi bastante diferente. Fizemos um círculo, e enquanto eles cantavam em japonês uma música ao estilo do Um Dó Li Tá, fomos passando as prendas em sentido dos ponteiros do relógio, e quando acabou, ficámos com a prenda que tinhamos na mão. A mim calhou-me a do N.I., um boneco de neve, oco, e no seu interior uma moeda de 500 ienes comemorativa de um evento internacional que aconteceu aqui no Japão. É uma linda moeda de colecção, e por isso espero guardá-la bem.
O último destes jantares aconteceu no dia 22 de Janeiro. Foi com os funcionários da escola de Línguas onde trabalho em part-time, a 7Act. Ao jantar foram os funcionários do escritório, incluindo os managers, e ainda alguns dos professores de Inglês do Success Course (eramos quatro na altura: uma rapariga Canadiana, uma rapariga e um rapaz Ingleses, e eu), e ainda apareceram dois funcionários de uma nova escola que pertence à 7Act, intitulada Manabiba que se dedica mais ao ensino de crianças – e onde eu comecei na semana passada a trabalhar, como monitora do playroom (tomo conta de crianças, bebés algumas delas, enquanto as mães têm aulas de inglês na sala ao lado – está a ser mais uma aventura nova para mim!). Foi muito divertido. Ficámos a conhecer-nos todos muito melhor, e eu descobri coisas fantásticas: como por exemplo, que o Inglês que dá aulas comigo é formado em Ciências, ou que o nosso senior manager é filósofo e já tem um livro (ficção – uma novela) publicado. Foi fantástico, sobretudo porque todos vimos de lugares e áreas diferentes, e temos ideias também distintas. A partilha de experiências foi deveras interessante, ainda que o álcool em excesso tenha sido por vezes um entrave ao fluir das conversas (novamente foi num nomihodai, mas este era de luxo! Deveriamos ter pago 5000 ienes cada, mas no final a empresa arcou com as despesas! Uff, ainda bem para a minha carteira! Se bem que, mesmo pagando teria valido a pena).
E pronto, foram assim os meus jantares de final de ano, infelizmente só agora consegui ter tempo para vos dar conta deles. Espero que a partilha destas situações vos seja interessante, e se tiverem comentários ou perguntas sobre elas não hesitem em entrar em contacto.
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